Pétala da noite
pálpebra fixa dos que olham para sempre a morte
nave perdida e sem memória
pérola marinha
arremessada às águas.
Rosa intranquila
pólen do amor sem pouso
mênade errante, os longos cabelos torturados,
tu, sublevada, que me prendeste em teu anel de insônias
e que desfias no espaço
o claro colar das águas:
porque acordas no meu peito a sede dos desertos
e me aprisionas, pássaro, em teu arco de prata?
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